Embora a tendência seja de estabilização, o volume de vendas no comércio varejista no Rio Grande do Norte subiu acima da média nacional entre janeiro e maio de 2011, segundo Pesquisa Mensal do Comércio, divulgada ontem (12) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em maio, o volume de vendas no comércio varejista, que desconsidera a venda de veículos e material de construção, subiu 9,5% - percentual que ficou muito acima da média do País (6,2%) e rendeu ao estado a 6ª posição no ranking nacional, colocando-o na frente de estados como Bahia, Rio de Janeiro e São Paulo. Nos primeiros cinco meses, o incremento foi de 8,3%, também acima da média nacional (7,4%). Expectativa é fechar o ano com alta acima dos 10%.
Segundo projeções do economista Aldemir Freire, chefe do IBGE-RN, o volume de vendas no comércio varejista potiguar deverá manter-se no mesmo patamar ao longo do ano, embora oscilações não estejam descartadas. No Brasil, a tendência é que o ritmo desacelere neste semestre. Segundo Aldemir, pode até ser que fatores como alto índice de inadimplência, medidas de restrição ao crédito e inflação, brequem um pouco as vendas no Rio Grande do Norte. Isso, porém, não se refletirá numa desaceleração contínua e gradual. "O crescimento da renda e a expansão do crédito serão mantidos no Estado, mantendo as vendas", justifica.
Para Aldemir, o avanço das vendas no comércio varejista e também no comércio varejista ampliado, que inclui a venda de veículos e material de construção e subiu 11,1% em maio de 2011 (em relação ao mesmo período do ano passado), ainda é efeito da ampliação do número empregos gerados em 2010. "Mesmo havendo dispensas, houve uma expansão do mercado de trabalho local". Além de fatores como facilidade no acesso ao crédito e geração de empregos diretos, Marcus Guedes, diretor executivo da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (Fecomércio/RN) cita o impacto das vendas do Dia das Mães, uma das melhores datas para o comércio local e nacional, nos números divulgados pelo IBGE.
Embora a pesquisa realizada pelo IBGE não revele que setores foram responsáveis pelo incremento nas vendas no estado, Marcus afirma que as vendas de móveis, eletrodomésticos e equipamentos de informática e comunicação puxaram o índice geral, como ocorreu no País. Segundo Marcus, os dados do IBGE confirmam as projeções para o Estado. Embora não enxergue nada que possa alterar o desempenho do estado, pelo menos não neste primeiro momento, ele explica que o cenário nacional e internacional pode influenciar a economia potiguar e alterar o desempenho das vendas como um todo. A explicação é simples. "A gente não está solto no espaço", afirma.
No entanto, ele esclarece que "se nada mais sério ocorrer nos Estados Unidos e Europa ou no próprio Brasil, tendência é manter esta taxa de crescimento". Isso porque "não está sendo aventado neste momento um aumento na taxa de juros. Além disso, o que tinha de haver de retração em termos de crédito já aconteceu". A taxa de crescimento será mantida, "a não ser que algum fator externo impacte nossa economia". Segundo Marcus, o RN deve fechar o ano com um crescimento nas vendas no comércio varejista acima de 10%.
Fonte: Tribuna do Norte
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