Os pagamentos via celular são vistos há tempos como o futuro
das transações financeiras, por sua simplicidade. Mas, apesar de toda a
tecnologia disponível, esses serviços vêm encontrando dificuldades para
deslanchar. No Brasil, uma nova onda de parcerias entre empresas de telefonia e
instituições financeiras tenta finalmente tornar essas operações mais
populares.
Nesta quarta-feira (28), Telefônica e Mastercard, que
criaram a empresa Mobile Financial Services (MFS) para disputar esse mercado,
anunciaram a chegada de um novo "produto de inclusão financeira" que
tem o celular como ponto de partida. "É para facilitar a vida de quem não
tem conta corrente", disse o presidente da MFS, Marcos Etchegoyen.
Segundo o executivo, a vantagem do novo sistema é a sua
simplicidade. Para começar a usar o produto (ainda sem nome), bastará a quem é
cliente Vivo digitar um código no celular, fazer um cadastro e ir a uma loja
parceira da operadora para fazer a carga do dinheiro.
É como se o usuário estivesse abrindo uma conta bancária.
Ele ainda tem direito a um cartão físico para compras e saques. Mas trata-se de
uma conta pré-paga, semelhante ao procedimento usado hoje na carga de crédito
no celular pré-pago.
Com o cartão em mãos e o cadastro feito, a pessoa poderá
transferir dinheiro para quem também se tornou cliente da MFS, fazer recargas
de celular, comprar em locais que aceitem Mastercard e sacar dinheiro em
terminais da rede Mastercard Cirrus.
A MFS lançará esse sistema em abril de 2013, ano em que a
empresa espera conquistar 200 mil clientes ativos e 500 mil transações por mês.
"Nossa meta é atingir boa parte da população brasileira", afirmou
Antonio Carlos Valente, presidente da Telefônica no Brasil.
Segundo o especialista em telecomunicações Guilherme Ieno, o
ponto positivo do pagamento móvel é difundir os serviços financeiros para todas
as classes. "Para os bancos, o interesse é permitir alcançar quem
normalmente eles não alcançam hoje." Ele questiona, no entanto, o modo
como esses serviços serão difundidos. "Como vai funcionar a interação
entre esses sistemas? Os terminais que aceitam Oi vão aceitar Vivo ou
Claro-Bradesco?", pergunta.
A empresa de pesquisa Gartner prevê que o número de usuários
do pagamento móvel na América Latina seja de 10.479 milhões em 2013, ante os
8.456 milhões previstos para 2012.
Fonte: Exame.com