Impostômetro

quarta-feira, 28 de novembro de 2012

Arrecadação do governo cai pelo quinto mês consecutivo


As reduções de impostos e a desaceleração da economia continuam a impactar o caixa do governo. Pelo quinto mês seguido, a arrecadação federal registrou queda, como divulgou a Receita Federal. Em outubro, as receitas do governo somaram R$ 90,516 bilhões, queda de 3,27% em relação ao mesmo mês do ano passado, descontada a inflação oficial pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).

Nos dez primeiros meses do ano, a arrecadação federal soma R$ 842,307 bilhões, montante apenas 0,7% maior que o registrado no mesmo período do ano anterior, também levando em conta a variação do IPCA. Foi o sétimo mês consecutivo que o ritmo acumulado de crescimento caiu na comparação com 2011. Até setembro, a arrecadação estava 1,19% maior que em 2011.

De acordo com a Receita Federal, a queda foi influenciada principalmente por dois fatores: as desonerações tributárias para estimular a economia e a existência de receitas extraordinárias em outubro do ano passado que não se repetiram neste ano. No entanto, a queda de 3,8% na produção industrial em setembro na comparação com o mesmo mês do ano passado e a redução da lucratividade das empresas em 2012 também impactaram a arrecadação.

Segundo a Receita Federal, a principal redução de impostos que influenciou o caixa do governo foi a queda a zero da Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide), para conter o preço da gasolina e do diesel. No acumulado do ano, a arrecadação da Cide caiu 66,75% na comparação com os dez primeiros meses de 2011, considerando a inflação.

Outra desoneração que contribuiu para a queda na arrecadação foram as reduções do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) sobre veículos, móveis e eletrodomésticos da linha branca – geladeiras, fogões, tanquinhos e máquinas de lavar. De janeiro a outubro, o pagamento de IPI sobre os produtos nacionais caiu 15,76%. Somente para os automóveis, a Receita arrecadou 73,72% a menos em outubro na comparação com igual mês do ano passado. Todas as variações também levam em conta o IPCA.

A desoneração da folha de pagamento para 15 setores da indústria e a redução do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) para o crédito à pessoa física, ressaltou a Receita, também reforçaram a queda da arrecadação. No entanto, o comportamento da atividade econômica também tem influenciado as receitas do governo. Por causa dos lucros menores das empresas em 2012, o pagamento de Imposto de Renda da Pessoa Jurídica (IRPJ) e da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) teve queda real de 4,04%, de janeiro a outubro.

Fonte: Agência Brasil

Do blog: A tão sonhada Reforma Tributária vai demorar mais alguns anos a sair dos bastidores e entrar em pauta para discussão no Senado e na Câmara Federal. Quanto a nós meros contribuintes, o jeito é esperar e pagar cada vez mais imposto.

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