A expansão de 10,5% da indústria brasileira em 2010, a maior desde 1986, não será comemorada pelos empresários. O resultado é “enganoso”, pois a base de comparação era muito baixa, após a retração de 7,4% em 2009 provocada pela crise internacional.
Além disso, o excelente desempenho ficou restrito ao primeiro trimestre; desde então, o setor produtivo vem patinando mês a mês e terminou dezembro com queda de 0,7% ante novembro. Não bastassem os velhos problemas de infraestrutura, custo de capital e carga tributária, que tiram a competitividade das fábricas instaladas no Brasil, o setor sofre com o câmbio valorizado. Está mais difícil vender o nosso produto no exterior e a inevitável avalanche de importados rouba um pedaço do mercado interno.
A perspectiva para a indústria em 2011 está longe de ser trágica. Segundo o boletim Focus, o crescimento deve ser de 5,03% para uma expansão de 4,6% do PIB. As previsões, no entanto, ainda podem ser revistas dependendo do tamanho da desaceleração provocada pelo Banco Central, cuja prioridade, correta, do momento é combater a inflação. Ainda é cedo para afirmar que o Brasil sofre um processo de desindustrialização, mas, antes que o quadro piore muito, é interessante que o governo não aceite a concorrência desleal de mercadorias chinesas e promova medidas compensatórias.
A primeira delas, que ainda não passa de uma promessa de início de mandato, é a redução escalonada na tributação sobre folha de pagamento. A eliminação de encargos trabalhistas é um pleito antigo do empresariado e poderia aumentar o índice de formalização no mercado de trabalho. Espera-se que o governo não fique deslumbrado com a taxa recorde de desemprego (5,3%) e adie os ajustes necessários para que a economia continue crescendo de forma sustentada. Sem falar nas reformas estruturais que se arrastam há anos.
Numa breve análise, se o governo realmente fizer a reforma tributária, seja ela trabalhista ou de mercado, o governo poderá arrecadar muito mais verbas providas de impostos, foi o que ocorreu ano passado com a redução de materiais de construções que tiveram reduções que não ficaram a Zero por cento, esses produtos com impostos reduzidos tiveram um volume de vendas muito elevadas, fazendo com que a indústria contratasse mais gente, com isso, o mercado aumentou também seu consumo interno com o número de pessoas empregadas também aumentando, formando um ciclo de consumo, onde a indústria precisa de mão-de-obra, a mão-de-obra consumia mais, e com o alto consumo do País, o Governo arrecadou muito mais. Não fui a favor da redução a Zero de veículos e outros bens de consumo, pois, houve um abalo nas prefeituras, principalmente as de pequeno porte, se o governo tivesse baixado os impostos sem chegar a Zero, a população teria comprado da mesma forma, a indústria também teria produzido com o mesmo volume, e não haveria uma mudança muito brusca na arrecadação de impostos federais como o IPI.
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