Brasília – O número de estudantes
brasileiros matriculados no ensino superior chegou a 6,38 milhões em 2010 –
patamar 6,7% superior ao registrado em 2009. É o que mostram dados preliminares
do Censo da Educação Superior, do Ministério da Educação (MEC). A meta do
governo, incluída no Plano Nacional de Educação (PNE), é atingir 10 milhões de
matrículas até 2020.
Para o secretário de Ensino
Superior do MEC, Luiz Cláudio Costa, o crescimento das matrículas deverá ser
maior nos próximos anos. Isso porque, segundo ele, a expansão das vagas nas
universidades federais, iniciada em 2007, ainda não se consolidou. “Esses programas
já garantiram um aumento, mas ele será ainda maior nos últimos anos. O alicerce
está perfeito e as coisas estão caminhando dentro de um projeto estruturado”,
avaliou.
As instituições públicas de
ensino superior foram responsáveis por 310 mil novas matrículas e o setor
privado por 120 mil, totalizando 430 mil novos estudantes. Entre 2008 e 2009, o
crescimento tinha sido de 2%. Apesar do esforço do MEC para aumentar o número
de alunos nas instituições públicas, a proporção de matrículas entre os estabelecimentos
privados e públicos continua desigual. Segundo os dados preliminares do censo,
quase 75% das matrículas estão nas instituições privadas, patamar semelhante ao
verificado em anos anteriores. Para Costa, os efeitos de programas como o de Apoio
a Planos de Reestruturação e Expansão das Universidades (Reuni) ainda não foram
"completamente sentidos".
“As vagas nas federais
duplicaram, mas as matrículas ainda estão respondendo. Quando você abre um
determinado número de vagas, as matrículas só se consolidam em cinco anos [à
medida que as turmas avançam]. Na educação não há respostas imediatas, mas a
médio prazo”, acrescentou.
Ainda que haja um aumento nas
vagas das universidades públicas, o secretário considerou que não será possível
atingir a marca de 10 milhões de estudantes no ensino superior sem o setor
privado. Como as mensalidades ainda são inacessíveis para boa parte do público
que está fora do ensino superior, a aposta do ministério é na expansão das
bolsas do Programa Universidade para Todos (ProUni) e do Fundo de Financiamento
Estudantil (Fies).
“No mundo inteiro você tem a
presença do setor privado, seja em maior ou menor quantidade. Se você observar,
a instituição mais bem avaliada nos Estados Unidos é Harvard, que é privada. No
Japão e na Coreia também há forte presença do setor privado, mas a qualidade da
educação é extremamente regulada. Por uma série de razões, nós temos a presença
das instituições particulares com as públicas, o importante é que todas sejam
compromissadas com a qualidade. Esse controle continuará sendo feito para que a
expansão continue dentro desse princípio”, disse.
Fonte:
Agência Brasil
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