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quarta-feira, 19 de outubro de 2011

RN tem o menor ritmo de contratações do Brasil


A conjuntura econômica desfavorável e a falta de grandes projetos em desenvolvimento este ano renderam ao Rio Grande do Norte a menor taxa de  crescimento do país na geração de empregos com carteira assinada, apontou o Ministério do Trabalho e Emprego  em levantamento divulgado ontem.  Os dados fazem parte do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) e mostram que o número  de oportunidades criadas  entre janeiro e setembro, que ficou na casa dos 10.736, significou um acréscimo de apenas 2,75% sobre o total de assalariados existente no estado até dezembro (quando havia aproximadamente 575 mil trabalhadores formais no mercado, segundo a Relação Anual de Informações Sociais - Rais).

"A economia do RN sofreu desaceleração e alguns indicadores mostram que está crescendo menos que a nacional. O mercado de trabalho acaba refletindo isso", diz o economista e chefe do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística no Rio Grande do Norte (IBGE RN), José Aldemir Freire. Ele lembra que indicadores como geração de empregos, vendas do comércio e exportações crescem em ritmo mais lento.

O período de inflação mais alta entre setembro do ano passado e março deste ano, medidas do governo para restringir o crédito e o crescimento menor do salário este ano diminuíram o poder de compra da população e serviram de estímulo ao desaquecimento. "A economia do RN está crescendo menos e esse crescer menos merece atenção", alerta. O fato de o estado não ter grandes projetos em desenvolvimento no momento, ao contrário do que ocorre em outras unidades da federação, na visão dele também favorece a desaceleração.

Na análise por setor, a indústria aparece como a principal responsável por pressionar o mercado de trabalho potiguar este ano. Desde janeiro o setor é o que mais demite e já acumula um saldo negativo de 1.692 vagas. Na indústria têxtil de confecções o desempenho é ainda pior. Entre janeiro e setembro, o setor já contabiliza mais de 3 mil demissões a mais do que contratações no estado.

A combinação de fatores desfavoráveis não impediu que as empresas potiguares abrissem vagas. Mas o ritmo de contratações nem de longe lembra o de 2010. Para se ter ideia da diferença de cenário entre os dois anos, o saldo atingido de janeiro a setembro de 2011 - 10.736 - significa um tombo de 55,50% na comparação com o alcançado no mesmo período do ano passado. Apenas no mês de setembro, quando foram geradas 4.567 novas vagas, a redução sobre o saldo no ano anterior fica em torno de 24,8%.

Fonte: Tribuna do Norte

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