O brasileiro paga uma mensalidade
de aproximadamente US$ 31 por um pacote ilimitado de banda larga fixa para ter
acesso a um link de apenas 512 kbps a um custo médio de US$ 61 por Mbps, dados
de março de 2011. Os números fazem parte de um estudo global da Conferência das
Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (UNCTAD), da Organização das
Nações Unidas (ONU), que foi divulgado nesta quarta-feira, 19, pelo Comitê
Gestor da Internet (CGI.br), e está disponível para download no site da
Teletime.
A comparação do serviço é
estabelecida em relação a outras economias menos desenvolvidas, como as do
Quênia, Marrocos, Sri Lanka, Turquia e Vietnã. O custo médio mensal do pacote
nesses países é de US$ 20 (um terço do Brasil), com uma velocidade de 860 kbps
e um custo médio por Mbps de US$ 46. Em países como o Vietnã, por exemplo, esse
valor é de US$ 25 (contra US$ 61 do Brasil).
Dados móveis
Os índices da banda larga móvel no
Brasil são um pouco melhores, porém também preocupantes, de acordo com o estudo
da UNCTAD. O custo mensal estimado de um pacote de acesso ilimitado a dados
móveis no País é de US$ 51 (US$ 13,7 é a média dos outros cinco países
citados). No Sri Lanka, essa mensalidade é de apenas US$ 4,34 e lá a velocidade
média – a exemplo da Turquia e de Marrocos - é de 7,2 Mbps.
Já no País, o throughput é de
aproximadamente 1 Mbps. Analisando o custo de um plano de 1 GB no Brasil, a
relação é ainda mais desproporcional em relação aos outros países: US$ 51,
contra US$ 4 no Quênia, US$ 7 em Marrocos, US$ 1 no Sri Lanka, US$ 3 na Turquia
e US$ 2 no Vietnã. “Mesmo com a redução de 17% de 2010 para 2011, a telefonia
móvel no Brasil continua sendo a mais cara do mundo”, alerta Carlos Afonso,
membro do CGI.br.
Ao final de 2010, foram
totalizados 2 bilhões de usuários de Internet (aproximadamente 30% da população
mundial). Porém, em economias desenvolvidas, essa penetração é de 75%, contra
somente 24% em países em desenvolvimento.
Também no ano passado, foram
comercializados aproximadamente 351 milhões de computadores (PCs), 1,5 bilhão
de celulares, 297 milhões de smartphones (crescimento de 72% sobre 2009); e
19,5 milhões de tablets, sendo 15 milhões só de iPads. O mercado de tablets, ao
lado do de smartphones, é o que mais cresce e a expectativa é que venda 200
milhões de dispositivos em 2014.
Há no mundo, segundo a UIT, 527
milhões de assinantes de banda larga fixa, porém a penetração global cresceu
menos de 1% entre 2009 e 2010. A diferença entre países desenvolvidos e em
desenvolvimento novamente se mostra desproporcional: 26% versus 4%,
respectivamente.
A média global de conexão no
mundo é de 6,4 Mbps (contra menos de 1 Mbps no Brasil). Para se ter uma ideia
do avanço de alguns países, a Coreia do Sul possui uma banda média de 37,6
Mbps.
Telefonia móvel e fixa
Na telefonia móvel, o estudo
consolidou alguns dados do UIT, segundo o qual há no mundo cerca de 5,4 bilhões
de acessos de voz. Entre 2005 e 2010 o Brasil não figurou entre os 20 países
com maior taxa de crescimento de teledensidade móvel, mas a penetração nas
economias em desenvolvimento, grupo do qual o Brasil faz parte, é de 77 acessos
por 100 habitantes. No mundo, a média de 79.
A cobertura de voz móvel é de
100% nos países desenvolvidos e quase 90% nos países em desenvolvimento. Ao
final de 2010, a receita média por usuário (ARPU) no Brasil foi de US$ 10,8 ao
mês, nível menor somente que o da Rússia (US$ 11,2). O preço por minuto é de
US$ 0,11. Parece pouco, mas na Rússia é de US$ 0,05; na China é de US$ 0,02; na
Índia e em Bangladesh é de US$ 0,01.
Na telefonia fixa, entre 2000 e
2010, o número de assinantes caiu de 55 para 44 (por 100 habitantes) em países
desenvolvidos. Essa teledensidade, em economias em desenvolvimento, subiu de 10
para 13. Na média global, se manteve praticamente estável em 16, com leve tendência
de queda a partir de 2005.
Mobile Money
De acordo com dados da GSM
Association, a África é a região com o maior número de inicativas de mobile
money (51), seguida por Ásia-Pacífico (33) e América Latina e Caribe (14).
Países em desenvolvimento, como o Brasil, China, Índia, México e Rússia,
somaram 32 milhões de usuários de serviços de mobile money em 2010 e a
expectativa é que esse contingente alcance a marca de 290 milhões em 2015
nessas nações.
O desenvolvimento de modelos de
negócios e a compatibilidade entre padrões e sistemas de mobile payment estão
entre os principais fatores desse crescimento.
Fonte: Exame.com