A conjuntura econômica
desfavorável e a falta de grandes projetos em desenvolvimento este ano renderam
ao Rio Grande do Norte a menor taxa de
crescimento do país na geração de empregos com carteira assinada,
apontou o Ministério do Trabalho e Emprego
em levantamento divulgado ontem.
Os dados fazem parte do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados
(Caged) e mostram que o número de
oportunidades criadas entre janeiro e
setembro, que ficou na casa dos 10.736, significou um acréscimo de apenas 2,75%
sobre o total de assalariados existente no estado até dezembro (quando havia
aproximadamente 575 mil trabalhadores formais no mercado, segundo a Relação
Anual de Informações Sociais - Rais).
"A economia do RN sofreu
desaceleração e alguns indicadores mostram que está crescendo menos que a
nacional. O mercado de trabalho acaba refletindo isso", diz o economista e
chefe do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística no Rio Grande do Norte
(IBGE RN), José Aldemir Freire. Ele lembra que indicadores como geração de empregos,
vendas do comércio e exportações crescem em ritmo mais lento.
O período de inflação mais alta
entre setembro do ano passado e março deste ano, medidas do governo para
restringir o crédito e o crescimento menor do salário este ano diminuíram o
poder de compra da população e serviram de estímulo ao desaquecimento. "A
economia do RN está crescendo menos e esse crescer menos merece atenção",
alerta. O fato de o estado não ter grandes projetos em desenvolvimento no
momento, ao contrário do que ocorre em outras unidades da federação, na visão
dele também favorece a desaceleração.
Na análise por setor, a indústria
aparece como a principal responsável por pressionar o mercado de trabalho
potiguar este ano. Desde janeiro o setor é o que mais demite e já acumula um
saldo negativo de 1.692 vagas. Na indústria têxtil de confecções o desempenho é
ainda pior. Entre janeiro e setembro, o setor já contabiliza mais de 3 mil
demissões a mais do que contratações no estado.
A combinação de fatores
desfavoráveis não impediu que as empresas potiguares abrissem vagas. Mas o
ritmo de contratações nem de longe lembra o de 2010. Para se ter ideia da
diferença de cenário entre os dois anos, o saldo atingido de janeiro a setembro
de 2011 - 10.736 - significa um tombo de 55,50% na comparação com o alcançado
no mesmo período do ano passado. Apenas no mês de setembro, quando foram
geradas 4.567 novas vagas, a redução sobre o saldo no ano anterior fica em
torno de 24,8%.
Fonte:
Tribuna do Norte
Nenhum comentário:
Postar um comentário