São Paulo- O Facebook está sendo
acusado de incentivar usuários a entregarem informações sobre seus contatos
ainda não membros da rede e criar “perfis fantasmas” – verdadeiros arquivos
contendo dados sobre eles.
A acusação faz parte de uma
queixa aberta pelo Irish Data Protection Commissioner (IDC), a entidade de
proteção de dados da Irlanda.
Em um documento divulgado
primeiramente em uma reportagem da rede americana Fox News, a entidade alega
que mecanismos como sincronizar a agenda e os contatos de e-mail ou enviar
convites são formas de o Facebook coletar e armazenar informações sobre
não-membros, e também mecanismos “escusos” para que os usuários entreguem
informações sobre seus conhecidos no mundo real.
Os dados recolhidos incluiriam
nomes completos, telefones, informações sobre trabalho e até mesmo dados mais
sensíveis – como orientação política, sexual e religiosa.
A queixa inicial, que motivou a
investigação contra a rede social, surgiu no dia 18 de agosto. O IDC recebeu
uma reclamação formal contra o Facebook Irlanda de um austríaco chamado Max
Schrems, de 24 anos.
O motivo de um morador da Áustria
enviar uma queixa à entidade irlandesa é simples: os usuários do Facebook nos
Estados Unidos e Canadá possuem “contrato” (termo que aceitam quando ingressam
na rede) com a Facebook Inc, empresa com sede na Califórnia. Já aqueles
residentes em qualquer outro país possuem uma ligação com o Facebook Irlanda.
Segundo informações da Cnet, em
junho, Scherems estava viajando e assistiu a uma palestra do Facebook em uma
Universidade na Califórnia.
Ele decidiu solicitar seus dados
à empresa e, para sua surpresa, recebeu um CD com 1200 páginas contendo seu
histórico de três anos de atividades: todas as solicitações de amizade, bate
papos completos e até cutucadas. O
detalhe é que essas informações incluíam até mesmo material que ele havia
deletado – como amigos “excluídos”.
Schrems decidiu registrar queixa
com o IDC, o que levou a entidade a solicitar uma auditoria no Facebook.
Segundo um representante disse à Fox News, a multa poderia chegar a US$137 mil.
O Facebook, no entanto, nega
todas essas acusações. Em um comunicado enviado à CNet, um representante da
empresa disse que essas alegações são falsas.
Segundo ele, e-mail e o nome dos
convidados ficam gravados para que o usuário seja avisado quando o contato
entrar na rede social. Esta seria uma prática comum entre todos os serviços de
convites.
O representante disse ainda que
as pessoas podem deletar as mensagens de suas caixas de entrada e saída, mas que não é possível deletar
mensagens já enviadas da caixa de entrada do receptor, ou apagar uma mensagem
que você recebeu da caixa de saída de um terceiro (por isso conteúdos apagados
por alguém podem continuar armazenados nos servidores da empresa).
O Facebook disse que esclarecerá
esta e quaisquer outras questões à entidade Irlandesa.
Fonte: Exame.com
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