O crescimento econômico dos Brics (Brasil, Rússia, Índia e
China) nos últimos dez anos também está transformando os negócios no mundo do
futebol. Estudo divulgado nesta quarta-feira (14), pela Pluri Consultoria,
empresa que atua na área esportiva, mostra que em 2001 todas as principais
ligas do mundo eram de países europeus, considerando o valor de mercado total
dos jogadores envolvidos. Em 2011, Brasil e Rússia já apareciam entre os dez
primeiros do ranking - na sexta e na sétima posição respectivamente. "E
isso vai mudar ainda mais nos próximos dez anos", projetou a Pluri.
No estudo, o economista Fernando Ferreira, especialista em
Gestão e Marketing Esportivo, destaca que em 2001 Estados Unidos Japão e 39
países da Europa (sem a Rússia) eram responsáveis por 74,0% do Produto Interno
Bruto (PIB) mundial, a preços correntes, enquanto que os Brics tinham 8,3%. Dez
anos depois, em 2011, a fatia de Estados Unidos, Japão e dos países europeus
havia caído para 58,8%, com os quatro Brics registrando avanço para 18,9%.
Esta mudança na geografia econômica impacta diretamente o
futebol, na medida em que as ligas de países como Brasil, Rússia e China também
se valorizam. De acordo com a Pluri, em 2011 os jogadores dos 20 principais
times do Brasil possuíam valor de mercado total de 960 milhões de euros, o que
coloca o país na sexta colocação do ranking das principais ligas. O Brasil
perde para Inglaterra (3,386 bilhões de euros), Espanha (2,703 bilhões de
euros), Itália (2,300 bilhões de euros), Alemanha (1,761 bilhão de euros) e
França (1,425 bilhão de euros).
A Rússia está na sétima colocação do ranking, com valor de
mercado de 925 milhões de euros, considerando os jogadores dos 16 principais
clubes do país. A China aparece na 73.ª posição, com os 85 milhões de euros de
seus 16 times. A Índia, onde o críquete é o principal esporte, não é
classificada.
Porém, o cenário nos próximos dez anos deve continuar a
mudar, com aumento da importância dos Brics nos negócios do futebol. "A
China apresentará o maior crescimento, passando da atual 73.ª posição para a
17.ª em 2021", afirmou o estudo. "O interesse do público chinês pelo
futebol é crescente. Na edição de 2011, a CSL (liga chinesa) teve público total
de 4,2 milhões de pessoas, com uma média de 18 mil torcedores por jogo (...).
Para efeito de comparação, este público é 20% superior ao do Campeonato
Brasileiro de 2011".
Já a Rússia, de acordo com as projeções, se consolidará na
sétima posição do ranking em 2021, enquanto que o Brasil "superará a
França, tornando-se o quinto maior mercado do mundo e o primeiro 'forasteiro' a
avançar no terreno dos 'big 5' europeus". De acordo com a Pluri, "o
ambiente econômico (...) tem fortes repercussões no quadro esportivo
internacional e contribuirá decisivamente para uma espécie de descentralização
do poderio esportivo, que já está em curso, mas que se tornará ainda mais
visível nos próximos anos".
Fonte: Exame.com
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