As exportações do Rio Grande do Norte alcançaram US$ 55,49
milhões no primeiro bimestre deste ano, registrando um crescimento de 55,1% em
relação ao mesmo período do ano passado e um ritmo acima das médias do Nordeste
(39,5%) e do país (7,0%). Na comparação com os primeiros dois meses de 2010, a
alta do estado foi de 23,9%. Os dados foram divulgados ontem pela secretaria
estadual de Desenvolvimento Econômico (Sedec) e mostram que produtos do
agronegócio puxaram o incremento. Itens como pescados, melão e açúcar avançaram
nas vendas fechadas com outros países. O avanço, entretanto, não foi suficiente
para as exportações voltarem ao nível pré-crise.
Para se ter ideia da distância que o Rio Grande do Norte
terá de percorrer, em 2007 o valor exportado alcançou US$ 66,74 milhões. Em
2008, ano em que no último quadrimestre eclodiu a crise econômica mundial, o
valor chegou a US$ 72,43 milhões. "É difícil prever quando voltaremos a
esse patamar. A perda de força do camarão, que não será competitivo tão cedo no
mercado externo (e que praticamente sumiu da pauta de exportações, entre outros
motivos, por causa do câmbio desfavorável) é um dos motivos que tornam essa
retomada mais lenta", diz o coordenador de Desenvolvimento Comercial da
secretaria, Otomar Lopes Cardoso Júnior, estimando, entretanto, que se outros
produtos se mantiverem em crescimento há possibilidade de a retomada ocorrer no
próximo ano.
De modo geral, o desempenho do Estado no bimestre foi
considerado positivo e sinaliza que este ano haverá reaquecimento das
exportações, uma área em que o RN vinha, nos últimos anos, perdendo terreno nos
contextos nacional e regional, além de espaço para estados vizinhos. Um das
razões do otimismo é a retomada das exportações de açúcar, diz o titular da
Sedec, Benito Gama. "No ano passado exportamos 1/3 do que exportávamos
normalmente de açúcar. Este ano, só em fevereiro, a exportação foi quase equivalente
ao total do produto no ano passado", complementa Otomar Lopes Júnior.
A perspectiva de crescimento das exportações do melão também
alimenta as expectativas de avanço dos números. O aumento das vendas - que de
janeiro a outubro foi de 28,5% - deverá continuar e ser motivado, entre outros
fatores, pela redução nos preços da fruta. Os valores foram ajustados pelos
exportadores para adequar a oferta à nova realidade da Europa, ainda em crise,
disse à TRIBUNA DO NORTE no início do mês o presidente do Coex, que reúne
produtores e exportadores do RN e Ceará, Francisco de Paula Segundo.
A perspectiva é de que, com os ventos soprando a favor desses produtos e o crescimento de
outros como a mineração e pescados, as exportações globais do estado cresçam
pelo menos 20% este ano, sobre o total de 2011 (US$ 281,18 milhões), estima
Lopes.
Haverá, porém, desafios. As moedas estrangeiras, usadas nas
negociações, continuam enfraquecidas diante do Real e a crise financeira ainda
afeta países compradores dos produtos do RN. São fatores que prejudicam as
exportações. "O desafio, em meio ao cenário de dificuldades, é fazer mais
propaganda do produto e do estado. Mostrar que o setor produtivo é competitivo
e que tem possibilidade de atender as demandas", analisa Otomar.
As exportações são termômetro para medir o aquecimento da
economia e a competitividade do estado.
Fonte: Tribuna do Norte
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