Viena - O Facebook se comprometeu a excluir definitivamente
de seus servidores as informações que os usuários apagarem de suas contas,
segundo os ativistas austríacos a favor da proteção de dados que enfrentam o gigante
das redes sociais.
A companhia, que armazena informações de seus usuários
classificadas em pelo menos 76 categorias, também se comprometeu a oferecer
mais detalhes sobre a gestão de seus dados, explicou nesta terça-feira, durante
entrevista coletiva em Viena, o promotor das queixas contra o Facebook, Max
Schrems, um estudante de Direito de 24 anos.
Como a sede internacional da empresa - que agrupa todos os
usuários, exceto os dos Estados Unidos e Canadá - fica em Dublin, os ativistas
apresentaram 22 queixas às autoridades de proteção de dados da Irlanda, onde as
leis são mais rígidas que as americanas nesta área.
Após alegar que o Facebook não cumpre as normas da União
Europeia (UE) sobre o tema, uma negociação, dentro da legislação da irlandesa,
foi aberta para chegar a um acordo amistoso, em encontro realizado na
segunda-feira.
Os ativistas anunciaram progressos em suas aspirações
durante o encontro. 'Conseguimos que o Facebook nos entregue uma lista com
todas as categorias de dados que guardam sobre nós (os usuários)', disse nesta
terça-feira Schrems, que assegurou que o grupo seguirá pressionando a empresa
americana para melhorar a gestão dos dados privados de seus usuários.
Schrems empreendeu sua batalha legal contra o Facebook há
alguns meses, após descobrir que a empresa guardava um arquivo sobre ele que
continha 1.222 paginas divididas em 57 categorias, como hobbies, gostos,
opiniões religiosas, e assim por diante.
Entre os dados, o que o alarmou foram as informações e conversas
que já tinha apagado, mas que o Facebook não eliminou definitivamente de seus
servidores.
Esse arquivo foi o que motivou as queixas às autoridades
irlandesas, que deram razão a Schrems no final de dezembro e um prazo até junho
para o Facebook melhorar suas políticas de privacidade, e as negociações atuais
fazem parte dessa decisão.
'No geral, tivemos a sensação de que nossas queixas foram
levadas muito a sério e que nossas propostas serão aplicadas pelo Facebook',
frisou Schrems.
O universitário austríaco também denunciou que as
autoridades irlandesas não queriam desafiar o gigante da internet, deixando nas
mãos de estudantes a defesa dos dados de milhões de usuários de Facebook.
'É um absurdo estudantes terem que negociar com uma
multinacional sobre a privacidade de 800 milhões de usuários', concluiu
Schrems.
Fonte: Exame.com
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