O mercado brasileiro de telefonia, sobretudo o pré-pago,
está tão concorrido que as operadoras móveis estão sendo forçadas a repensar
algumas de suas convicções.
O aparelho dual-chip é um exemplo disso. Apesar de toda a
economia, flexibilidade e popularidade que sempre gozou entre os usuários, o
celular com dois (ou mais) SIMCards sempre foi visto com maus olhos pelas
teles, como uma espécie de canibalizador de receita.
No entanto, hoje três das quatro maiores operadoras móveis
do País (Claro, Oi e TIM) já comercializam aparelhos dual-chip em suas lojas.
A Vivo, a única que ainda não tem aparelhos multi-chip em
suas prateleiras, mostra ao menos que tem consciência do tamanho e da
importância deste mercado.
“Essa coisa de ‘o cliente ser só meu’ não comporta mais”,
admite Fabio Zacharias, gerente nacional de recargas da Vivo, operadora líder
do segmento pré-pago, mas que no último trimestre do ano passado viu a TIM se
aproximar perigosamente e praticamente empatar essa participação de mercado, em
28%. “O grande desafio agora é ser a primeira opção do cliente, pois boa parte
deles tem mais de um chip”.
Essa percepção das operadoras não podia ser diferente,
diante de um mercado mais do que saturado, com uma teledensidade de dois acessos
por habitante nos principais mercados, sendo 80% disso pré-pago.
“Wallet-share é o nome do jogo, não mais market-share. Em um
mercado com dois celulares por habitante, tenho que capturar mais recargas”,
diz Bernardo Winik, diretor de vendas ao varejo da Oi. “O cliente tem um
dinheiro só e duas opções e aí vem o leilão às avessas: quem tem a melhor
oferta leva”, acrescenta.
Fonte: Exame.com
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