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sábado, 25 de fevereiro de 2012

Coteminas fará complexo imobiliário

O grupo Coteminas, um dos maiores no segmento têxtil e de confecções do país, vai construir um complexo residencial e comercial em São Gonçalo do Amarante, a 10 km do novo aeroporto do Rio Grande do Norte. O projeto, que prevê a construção de condomínio residencial para 12 mil pessoas, shopping center com 300 lojas, hotel com 720 apartamentos, centro comercial, de convenções, de artesanato e teatro, foi apresentado ontem à governadora Rosalba Ciarlini e ao prefeito de São Gonçalo, Jaime Calado. O complexo levará entre três e quatro anos para ficar pronto, com conclusão da primeira fase prevista para até a Copa do Mundo de 2014. O grupo pretende investir R$ 1,1 bilhão no projeto, que também conta com espaço para escola, creche, posto de saúde, biblioteca e parque ecológico.

Josué Gomes, presidente do grupo, evitou fixar data para início das obras, mas segundo Hélio Duarte, secretário de Meio Ambiente e Urbanismo de São Gonçalo, "com o projeto e os estudos em mãos, a obra será licenciada em até dois meses". Hélio disse não ter dúvidas de que as obras iniciem ainda em 2012. O complexo, o primeiro construído próximo ao novo aeroporto, será erguido na área que hoje é ocupada pela fábrica da Coteminas no município. A companhia continuará sua produção têxtil, mas, gradativamente, vai transferir a atividade para a fábrica de Macaíba, que será ampliada. Com a mudança, parte dos funcionários será transferida para a outra unidade. Os demais deverão ser capacitados, segundo a empresa, para desempenhar funções no complexo imobiliário.

O complexo deverá gerar cerca de 5 mil empregos diretos na construção e 6 mil diretos na fase de operação. O grupo está construindo um semelhante em Minas Gerais.

O desenvolvimento de São Gonçalo - impulsionado pela construção do novo aeroporto, implantação da zona de processamento de exportação de Macaíba e construção do terminal marítimo de passageiros - segundo Gomes, foram determinantes na escolha do local no RN. Foram necessários 12 meses para concluir o projeto, que só recebeu sinal verde após 'estudos de mercado cuidadosos'.  O anúncio do executivo surpreendeu o governo, que esperava investimento na área têxtil.

Complexo vai aproveitar trabalhadores da indústria
Durante a apresentação do projeto de construção do complexo imobiliário, Josué Gomes, presidente da Coteminas, evitou associar a desativação - mesmo gradual - da fábrica têxtil em São Gonçalo do Amarante ao mau momento vivido pelo setor no país. Enquanto a indústria de transformação avançou 0,3% no ano passado, nacionalmente, a têxtil e de confecções recuou 14,9%, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Só no Rio Grande do Norte, o setor demitiu quase 10 mil pessoas em 2011.

Segundo Josué, a unidade de São Gonçalo do Amarante, que hoje emprega cerca de 2 mil pessoas, seria desativada para dar lugar ao complexo mesmo que a produção estivesse em alta. Ele evitou falar em demissões, mas confirmou que os galpões serão demolidos aos poucos. Parte das atividades e dos empregados será transferida para a unidade em Macaíba, que será ampliada. A Coteminas importará matéria-prima para manter a produção no mesmo patamar. Os funcionários dispensados farão cursos - pagos pelo Grupo - no Sesc, Senac e Senai - e trabalharão no complexo, de acordo com o executivo.

"A diferença é que antes quem trabalhava com têxtil e confecções agora vai trabalhar na construção civil, no comércio, nos serviços", ressaltou Gomes. Quem concluir o curso antes do início das obras será encaminhado pelo Sistema S para outras empresas. Josué estima que 600 pessoas trabalhem atualmente no setor de fiação e tecelagem na fábrica de São Gonçalo - primeiro setor a ser desativado. A governadora Rosalba Ciarlini frisou que o investimento mostra o potencial da zona Norte. Durante a reunião, ela também anunciou que o Governo Federal destinou R$ 73 milhões para construir o acesso completo ao Aeroporto Internacional de São Gonçalo do Amarante e a Zona de Processamento de Exportação (ZPE), em Macaíba.

Fonte: Tribuna do Norte
Reportagem: Andrielle Mendes

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